O Riviera


Em 1500 eram os Tamoios que ocupavam a grande baixada de Jacarepaguá, hoje Barra da Tijuca e Recreio. Quase cinco séculos depois a cidade do Rio de Janeiro precisava crescer. Coube ao urbanista de Brasília, Lucio Costa fazer o desenho inicial para ocupação da Barra da Tijuca. Seu traço genial transformou o espaço entre a praia e as montanhas de Jacarepaguá na área mais valorizada do Rio.

A partir de 1970 a grande via, entre o canal e as lagoas, que cortava toda a região começou a ser ocupada por caminhões de obras de cuja boléia os caminhoneiros da época apreciavam as dunas brancas, a vegetação rasteira, a praia, os pássaros e a montanha. Começaram a surgir os grandes condomínios da Barra da Tijuca. Mudava o conceito de moradia no Rio de Janeiro.

Iniciando sua construção na metade da década de 70, o Condomínio Riviera Dei Fiori, entre o Canal de Marapendi e Avenida das Américas, foi um dos pioneiros desta nova forma de morar no Rio de Janeiro e talvez no Brasil.

Quase 100.000 metros quadrados de área, um belíssimo centro comunitário cujo deque repousa sobre um lago de 37.000 metros quadrados delineado ao fundo pela Pedra da Gávea. É uma pintura. Sete prédios, um centro comunitário, uma edícula para abrigar a administração central, várias quadras de esportes compreendendo, tênis, basquete, vôlei e futsal, parque infantil e área infanto-juvenil.

Em um plano acima dos jardins, dois parques aquáticos compreendendo quatro piscinas, saunas e academias. Os prédios dividem-se em duas grandes esplanadas. Uma com três prédios e a outra com quatro prédios. Os prédios da esplanada próxima ao canal possuem uma peculiaridade que poucos sabem. Cada um construído como uma “estrela” de três pontas onde cada ponta funciona como um “prédio de dois apartamentos por andar” com hall e elevador independente.

As varandas não são devassadas pelo vizinho. Era uma inovação na época. Foi projeto premiado pela estética e funcionalidade. O espaço de quase 100 mil metros quadrados do Riviera Dei Fiori, até hoje a maior área verde privada do Rio, foi brindado com um belíssimo jardim que saiu da prancheta de Burle Marx cuja genialidade esgota adjetivos.

A Escola República da Colômbia, de frente para o Centro Comunitário, foi uma exigência legal da época. Nesse espaço maravilhoso moram 1152 famílias que além das áreas de lazer, usufruem de serviços de transportes, restaurante, padaria e quiosques. Essas famílias reuniram-se pela primeira vez em agosto de 1979 para constituir o Condomínio Geral Riviera Dei Fiori.

Outra característica do Riviera é que as famílias que vieram há 20, 30 anos atrás criaram seus filhos e esses já adultos constituíram famílias e continuam morando no Riviera em apartamentos próprios. É comum duas, três unidades ocupadas por duas gerações. Como parte dessa história estava presente Sergio Dourado, um dos maiores empreendedores imobiliários da década de 70, que trouxe para o Riviera uma inédita estrutura condominial assemelhada a de uma pequena cidade, antevendo a atividade do Síndico como o de um “prefeito” operando com um Conselho Consultivo e alguns diretores.